Acesso à habitação torna-se um "flagelo" social e tema central na política
A dificuldade em aceder a uma casa para morar é um problema que vai "muito além da evidente falta de habitação social para os mais pobres", como refere a candidatura do Bloco de Esquerda em Faro, pois "atualmente a generalidade dos trabalhadores não têm rendimentos que lhe permitam aceder a uma casa". Esta realidade é corroborada por Patrícia Barão, da APEMIP, que classifica o tema como um "flagelo", e por dados do Eurostat que colocam Portugal como o país com pior acesso à habitação na Europa. A crise manifesta-se de várias formas, desde a precariedade vivida por imigrantes em Olhão, que mesmo a trabalhar não conseguem arrendar uma casa, até à intervenção do artista Bordalo II, que com a sua obra "Lisbon For Sale" critica uma cidade "onde a maioria nem pode sonhar viver".
Este descontentamento social torna-se terreno fértil para discursos populistas, que, como um dos artigos aponta, culpam a "pressão migratória" pela escassez de habitação. A questão da habitação transcende assim a dimensão económica, tornando-se um catalisador de tensões sociais e um ponto central na agenda política, exigindo respostas estruturais que abordem tanto a oferta como a acessibilidade.
Em resumoA crise da habitação em Portugal é um problema social e político profundo, afetando a generalidade da população e alimentando o descontentamento. Descrita como um "flagelo", a inacessibilidade das casas motiva protestos e debates, evidenciando a urgência de soluções estruturais para um direito fundamental cada vez mais comprometido.
Artigos
5