Custos de Construção de Habitação Nova Aumentam 3,9%, Impulsionados pela Mão de Obra
Os custos de construção de habitação nova em Portugal registaram uma subida homóloga de 3,9% em junho, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Este aumento é maioritariamente explicado pela forte valorização do custo da mão de obra, que agrava a pressão sobre os preços finais das casas e dificulta ainda mais o acesso à habitação. A análise detalhada do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) revela que o principal motor da inflação no setor não são os materiais, mas sim os recursos humanos. O custo da mão de obra aumentou 7,3% em termos homólogos, contribuindo com 3,4 pontos percentuais para a variação total do índice. Em contrapartida, o preço dos materiais de construção subiu de forma mais moderada, apenas 1%, contribuindo com os restantes 0,5 pontos percentuais. Esta disparidade evidencia que a escassez de mão de obra qualificada e a pressão salarial são, atualmente, os fatores que mais encarecem a construção de novas casas. Entre os materiais que mais influenciaram a subida de preços encontram-se os vidros e espelhos, com um aumento de cerca de 30%, e os aparelhos de climatização, que subiram aproximadamente 10%. Em sentido inverso, verificaram-se reduções de preço a rondar os 10% em produtos como betumes, madeiras e derivados, e tubagens de aço. Este contínuo aumento dos custos de produção tem implicações diretas na crise habitacional, uma vez que se reflete inevitavelmente no preço final de venda ao público, tornando a aquisição de casa própria uma meta cada vez mais distante para muitas famílias portuguesas.



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