Esta volatilidade fiscal, combinada com a inflação, tem erodido o poder de compra das famílias.

A situação é particularmente preocupante no contexto da crise habitacional.

Com menos rendimento disponível, a capacidade das famílias para pagar rendas, que continuam a subir, ou para contrair um crédito à habitação torna-se cada vez mais limitada. Este cenário de perda de poder de compra é um fator estrutural que intensifica a crise, tornando a habitação inacessível não apenas para os mais desfavorecidos, mas também para a classe média, que vê a sua taxa de esforço com a casa aumentar de forma insustentável. A liderança de Portugal nesta queda de rendimento entre os países desenvolvidos sublinha a fragilidade económica das famílias e a urgência de políticas que abordem simultaneamente os salários e o custo da habitação.