A situação reflete a crescente pressão sobre os municípios para encontrarem soluções locais para um problema de dimensão nacional.
A transversalidade da crise habitacional está a moldar o debate político local em todo o país.
Em Braga, o candidato do Bloco de Esquerda (BE), António Lima, elegeu a habitação como uma das suas prioridades. De forma semelhante, em Faro, a candidatura do mesmo partido, encabeçada por José Moreira, identifica o acesso à habitação como “o maior desafio” do concelho.
Segundo a candidatura bloquista em Faro, “este grave problema vai muito além da evidente falta de habitação social para os mais pobres, pois atualmente a generalidade dos trabalhadores não têm rendimentos que lhe permitam aceder a uma casa para morar!”. Esta perspetiva sublinha que a crise já não afeta apenas os estratos mais vulneráveis da população, mas também a classe média e trabalhadora.
As propostas apresentadas por estes candidatos focam-se em soluções que passam por aumentar o parque habitacional público, regular o mercado de arrendamento e combater a especulação imobiliária a nível municipal.
A proeminência deste tema nas campanhas autárquicas demonstra um reconhecimento crescente de que as autarquias têm um papel fundamental a desempenhar na resolução de um problema que afeta diretamente a qualidade de vida dos seus munícipes e a capacidade de atrair e fixar população.












