A análise detalhada dos dados revela que a subida não é uniforme, com cidades como Santarém (24%), Setúbal (20,8%) e Guarda (18,5%) a liderarem os aumentos anuais, demonstrando que a pressão imobiliária se estende para além dos grandes centros urbanos.

Lisboa mantém-se como a cidade mais cara do país, com um preço médio de 5.829 euros por metro quadrado, um valor proibitivo para a maioria da população. A crise de acessibilidade é agravada pela escassez de oferta, um ponto destacado por várias imobiliárias que, apesar de registarem crescimento no volume de negócios, como a Keller Williams, apontam para a falta de imóveis a preços comportáveis. O segmento de luxo, por outro lado, vive uma realidade distinta, impulsionando o crescimento de agências como a RE/MAX Collection, cujo preço médio de venda atingiu os 877 mil euros no primeiro semestre de 2025. O ranking das ruas mais caras de Portugal, liderado pela Urbanização Quinta do Lago, no Algarve, com um preço médio de 8,1 milhões de euros, evidencia a dualidade de um mercado que serve um público internacional e de elevado poder de compra, enquanto a classe média e os jovens enfrentam dificuldades crescentes para encontrar uma habitação digna.