A análise do mercado revela que a medida, que visava simplificar a classificação de solos e, teoricamente, facilitar a construção em áreas rústicas, não conseguiu desviar o foco dos investidores para o setor habitacional.

Agentes do setor imobiliário e portais como o Imovirtual confirmam um crescimento na procura por este tipo de terrenos, com um aumento de 17,5% nas pesquisas no primeiro semestre de 2025. No entanto, a motivação principal tem sido a expansão ou criação de novas explorações agrícolas.

Este desfecho evidencia uma desconexão entre a intenção legislativa e a realidade do mercado.

A expectativa do executivo de que a flexibilização das regras de urbanização resultaria num aumento da oferta de habitação a preços acessíveis não se concretizou. Pelo contrário, a valorização dos terrenos rústicos para fins agrícolas pode até dificultar ainda mais a sua reconversão para uso urbano no futuro, mantendo a pressão sobre os preços da habitação e a escassez de oferta, especialmente para a classe média.