Os clientes norte-americanos, brasileiros e chineses destacam-se entre os compradores estrangeiros, embora os portugueses ainda representem a maioria das transações (76%). Os distritos de Lisboa, Porto e Setúbal continuam a ser os mais procurados, concentrando grande parte do investimento. Esta dinâmica é corroborada pela lista das ruas mais caras de Portugal, onde os preços médios ultrapassam frequentemente os 3 milhões de euros. A Urbanização Quinta do Lago, em Almancil, lidera o ranking com um valor médio impressionante de 8,1 milhões de euros, seguida por localizações em Sintra, Lagos e, predominantemente, Cascais e Estoril.

Este cenário de prosperidade no topo do mercado contrasta fortemente com a realidade da classe média e dos jovens, para quem comprar casa se tornou uma meta cada vez mais distante. A valorização acentuada no segmento de luxo contribui para a subida geral dos preços, agravando a crise de acessibilidade e sublinhando a necessidade de políticas públicas focadas em aumentar a oferta de habitação a custos controlados.