Esta subida, embora inferior à de anos anteriores, continua a exercer uma pressão significativa sobre o orçamento das famílias portuguesas, num contexto de crise habitacional persistente.
A atualização das rendas para o ano de 2026 será calculada com base no coeficiente apurado a partir da inflação média dos últimos 12 meses, sem habitação, referente a agosto, que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgará em setembro.
Os dados de julho apontam para um valor de 2,16%, e, segundo o economista João Queiroz, do Banco Carregosa, é expectável que o valor final se situe “muito próximo do patamar já observado”. Esta projeção de aumento, que se traduziria, por exemplo, numa subida de 11 euros numa renda de 500 euros, ou de 22 euros numa de 1.000 euros, soma-se a um mercado já pressionado. Embora a atualização não seja obrigatória, constituindo uma prerrogativa do senhorio, a tendência de subida agrava as dificuldades de acesso à habitação. A medida aplica-se a todos os contratos que vigorem há mais de um ano e que não prevejam outro mecanismo de atualização, incluindo rendas antigas. Num contexto em que o INE também reportou uma variação homóloga de 5,1% nas rendas de habitação por metro quadrado em julho, esta nova atualização, ainda que moderada, contribui para a contínua deterioração do poder de compra dos inquilinos e acentua a crise de acessibilidade no mercado de arrendamento nacional.














