Desde a sua entrada em vigor em agosto de 2024, a isenção fiscal para jovens na aquisição de habitação própria e permanente já beneficiou mais de 40 mil pessoas, segundo dados oficiais.

A medida, que prevê isenção total para imóveis até 324.058 euros e parcial para valores até 648.022 euros, gerou um aumento expressivo no interesse por parte deste segmento da população.

A procura por casas abrangidas pela isenção total cresceu em todas as grandes cidades, destacando-se Coimbra e Leiria, onde o interesse duplicou no último ano, e Lisboa, com uma subida de 96%.

Este súbito aumento da procura, num mercado já caracterizado pela escassez de oferta, resultou numa contração significativa do stock de imóveis disponíveis. Em Lisboa, a oferta de casas até 324 mil euros caiu 50%, enquanto em Setúbal e Coimbra a redução foi de 41%.

A única exceção foi Portalegre, onde o stock habitacional cresceu 14%.

O efeito prático da política é, portanto, ambivalente: por um lado, alivia o encargo financeiro inicial para os jovens compradores; por outro, intensifica a concorrência e pode, a médio prazo, contribuir para a inflação dos preços, dificultando ainda mais o acesso à habitação para quem não beneficia da medida ou para futuros compradores.