Este desequilíbrio entre a procura elevada e a oferta escassa mantém os preços em patamares inacessíveis para a maioria da população, evidenciando a profundidade da crise habitacional.
De acordo com dados do portal idealista, apesar de uma ligeira diminuição face ao ano anterior, quando se registavam 32 contactos por anúncio, a pressão sobre o mercado de arrendamento continua extremamente elevada.
A situação é particularmente grave em cidades como Portalegre, onde cada imóvel recebe em média 53 contactos, seguida por Faro (33) e Évora (32). Mesmo em cidades com menor pressão relativa, como o Porto (8 contactos) e Coimbra (7), a procura supera largamente a oferta.
Este cenário é agravado pela escassez de habitação acessível para compra, que empurra mais famílias para o mercado de arrendamento.
Um relatório da Remax Portugal revela que apenas 15,9% do seu stock de imóveis custa 150 mil euros ou menos, uma oferta concentrada maioritariamente em distritos do interior como Castelo Branco e Viseu. Como sublinha Ruben Marques, porta-voz do idealista, este abrandamento no número de contactos “não reflete, necessariamente, uma quebra no interesse das famílias, mas sim um acréscimo na disponibilidade de imóveis para arrendar”. No entanto, o mesmo responsável alerta que “os valores praticados mantêm-se altos e permanecem inacessíveis para grande parte da população portuguesa”, perpetuando um ciclo de dificuldade no acesso à habitação.













