Um relatório da Remax Portugal, baseado num stock de 28.975 imóveis, revela que apenas 4.605 casas têm um preço igual ou inferior a 150 mil euros.

A maior concentração desta oferta encontra-se em Castelo Branco (535 imóveis), Viseu (532) e Coimbra (441), evidenciando que a habitação mais acessível está, em grande parte, fora dos grandes centros urbanos.

Manuel Alvarez, presidente da Remax, destacou a “escassez da oferta da habitação” e defendeu a necessidade de uma “estratégia coordenada entre o setor público e o privado”.

Paralelamente, dados do Imovirtual sobre o Alentejo mostram uma forte valorização no mercado de compra: em Beja, o preço médio subiu 37% em termos anuais, para 195.000€, enquanto em Portalegre, o distrito mais acessível do Sul, o valor médio de 120.000€ representa uma subida de 20%. Évora estabilizou nos 275.000€, com uma valorização anual de 25%. No entanto, o mercado de arrendamento na mesma região mostra volatilidade, com Beja a registar uma quebra anual de 20% na renda média (600€), enquanto Évora recuperou para os 1.000€.

Esta dualidade entre a valorização contínua dos preços de venda e a instabilidade no arrendamento, aliada à concentração da pouca oferta acessível no interior, pinta um retrato complexo e desafiador da habitação em Portugal.