A dificuldade no acesso à habitação é um dos principais obstáculos à emancipação dos jovens portugueses, um facto reconhecido transversalmente pelas estruturas juvenis dos partidos políticos.
A Juventude Socialista (JS) defende uma intervenção estatal robusta, propondo um programa ambicioso para aumentar o parque habitacional público para 10% do total de habitações, garantindo assim rendas justas. Numa linha ideológica oposta, a Iniciativa Liberal (IL) considera "preocupante que a classe média (...) precise de apoios públicos para ter acesso a um bem essencial como a habitação", defendendo que a solução passa pela construção em larga escala e pela liberalização do mercado de arrendamento para aumentar a oferta. O Bloco de Esquerda (BE) foca-se na regulação, propondo a implementação de um teto para as rendas, enquanto o Juntos Pelo Povo (JPP) sugere um modelo misto de construção e reabilitação com arrendamento a custos controlados. Esta diversidade de propostas evidencia um consenso sobre a gravidade do problema, mas uma profunda divergência ideológica quanto às soluções. Enquanto as estruturas de esquerda apelam a uma maior intervenção e regulação do Estado para proteger os inquilinos, as de direita e centro-direita apostam na dinamização do mercado como principal motor para resolver a crise de oferta.













