Este dinamismo, acompanhado por um aumento no emprego e nas remunerações, é um indicador vital para a capacidade de resposta do mercado à crescente procura por nova habitação. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam uma evolução positiva no setor, crucial para o aumento da oferta habitacional.

O segmento de Construção de Edifícios cresceu 3,6%, enquanto a Engenharia Civil avançou 1,9%.

Paralelamente, o emprego no setor aumentou 2,9% e as remunerações subiram 12,2%, indicando uma atividade aquecida.

No entanto, a estrutura do tecido empresarial pode representar um desafio para uma resposta em larga escala à crise da habitação.

Outro relatório do INE destaca que 93% das empresas de construção em Portugal têm menos de dez trabalhadores. Esta elevada fragmentação, com uma predominância de micro e pequenas empresas, pode limitar a capacidade do setor para executar grandes projetos de construção nova de forma rápida e eficiente. Embora o crescimento da produção seja um sinal positivo, a estrutura atomizada da indústria pode dificultar a mobilização de recursos e a obtenção de economias de escala necessárias para construir as milhares de novas habitações que o país necessita para aliviar a pressão sobre os preços e as rendas. A capacidade de resposta do setor está, assim, dependente não só do seu crescimento geral, mas também da sua capacidade de se organizar para projetos de maior envergadura.