Um relatório recente da Remax Portugal revela que apenas 15,9% dos imóveis disponíveis no mercado custam 150 mil euros ou menos, evidenciando uma crise de acessibilidade que domina o debate político. O estudo da Remax, baseado num stock de quase 29 mil imóveis, expõe a dura realidade do mercado imobiliário nacional: a esmagadora maioria da oferta está fora do alcance de uma grande parte das famílias.
Dos 28.975 imóveis analisados, apenas 4.605 tinham um preço igual ou inferior a 150 mil euros.
A maior concentração de habitação acessível encontra-se nos distritos do interior, como Castelo Branco (535 imóveis), Viseu (532) e Coimbra (441), enquanto nos grandes centros urbanos a escassez é ainda mais acentuada. O presidente da Remax, Manuel Alvarez, aponta para a "escassez da oferta da habitação" e identifica os "elevados custos de construção e a escassez de mão de obra qualificada" como principais obstáculos.
Defende, por isso, a necessidade de uma "estratégia coordenada entre o setor público e o privado".
Esta realidade factual alimenta a preocupação política, como a expressa pela Iniciativa Liberal, que considera "preocupante que a classe média (...) precise de apoios públicos para ter acesso a um bem essencial". A falta de casas a preços comportáveis deixou de ser um problema exclusivo das famílias com baixos rendimentos, afetando agora de forma transversal a sociedade e tornando-se um tema central nas propostas das juventudes partidárias, que procuram soluções para garantir o acesso a uma habitação digna.














