Esta situação crítica ameaça a sustentabilidade das empresas e a capacidade de resposta do setor à crescente procura por nova habitação.

O ‘European Payment Report’ de 2025, elaborado pela Intrum, traça um quadro preocupante para o setor da construção. Enquanto o prazo médio de pagamento B2B (Business to Business) em Portugal se manteve nos 60 dias, o setor da construção regista uma média de 81 dias, 34% acima da média nacional.

O dado mais alarmante é que 31% dos recebimentos neste setor ocorrem entre 101 e 200 dias, o que significa que quase um terço das empresas espera mais de três meses para receber. Esta realidade contrasta fortemente com o setor do Imobiliário, onde 67% das empresas concluem os seus recebimentos em menos de 50 dias. O estudo aponta também para um agravamento do "gap de pagamento", a diferença entre os prazos acordados e o tempo real de pagamento, que nas empresas aumentou de 15 para 18 dias. Para mitigar os riscos, as empresas recorrem a medidas como o pré-pagamento (adotado por 47%) e garantias bancárias (29%).

A situação no setor público também é preocupante, com o Estado a demorar, em média, 73 dias a pagar, sendo o segundo pior entre 25 Estados-membros da UE analisados.