No entanto, a maioria destes novos projetos destina-se a segmentos de mercado médio-alto e de luxo, levantando questões sobre a sua contribuição para a resolução da crise de habitação acessível.

Exemplos desta tendência são visíveis tanto nas áreas metropolitanas como noutras zonas de forte procura.

Em Loures, o empreendimento "1965 Cidade Jardim" apresenta apartamentos com preços que variam entre 441 mil e mais de um milhão de euros. Em Torres Novas, o projeto "Altos do Olival" oferece tipologias T2 a partir de cerca de 241 mil euros.

No Porto, a segunda fase do empreendimento Antas Atrium já tem 80% das suas unidades comercializadas, com os portugueses a representarem mais de 85% dos compradores.

O foco no luxo é ainda mais evidente em zonas como o Alentejo Litoral e o Algarve. O promotor alemão Rockstone, após um investimento de 120 milhões de euros na Comporta, prepara-se para investir mais 250 milhões em projetos em Melides, Lisboa, Porto e Algarve. Estes desenvolvimentos, caracterizados por villas de grandes dimensões e comodidades 'premium', respondem a uma procura crescente por parte de compradores nacionais e internacionais de elevado poder de compra, mas não aliviam a pressão sobre o mercado de habitação para a classe média e os jovens.