A denúncia expõe uma faceta social da crise habitacional, marcada pela sobrelotação de apartamentos e condições de vida precárias.
Em entrevista, António Barreto criticou o modelo de "agricultura forçada para exportação" praticado em Portugal, que, segundo ele, ameaça o "equilíbrio biológico e social". Este modelo depende intensivamente de mão de obra estrangeira, frequentemente em situação de imigração não regulamentada, que enfrenta "más condições de vida, más condições sociais e de instalação". O sociólogo referiu-se especificamente à sobrelotação de apartamentos em cidades como Lisboa, Porto e Setúbal, onde "dezenas, centenas ou milhares de apartamentos" estão sobrelotados, exigindo uma intervenção para legalização e proteção dos direitos dos imigrantes. A expansão de culturas como o olival superintensivo no Alentejo foi apontada como um exemplo de uma "solução errada" que contribui para esta realidade. Esta situação de precariedade habitacional é um sintoma do abandono dos campos e da falta de mão de obra nacional, num contexto em que o poder político, segundo Barreto, tem demonstrado "desleixo e indiferença" em relação ao mundo agrícola e ao interior do país.













