A necessidade de percorrer distâncias maiores diariamente aumenta a dependência do automóvel, num ciclo vicioso que degrada a qualidade de vida.

A situação é corroborada pelo candidato presidencial Gouveia e Melo, que classificou a habitação como um dos "problemas gravíssimos da sociedade portuguesa", capaz de "deslaçar" o tecido social. A crise não é recente, como aponta uma crónica que recorda a sua persistência desde antes do 25 de Abril, mas a intensidade atual, analisada pelo arquiteto Álvaro Ardura Urquiaga, coloca Portugal numa espiral de preços que, se não for controlada, poderá levar a uma queda "catastrófica" em caso de crise económica. O aumento das rendas é visível em todo o território, com cidades como Braga e Viana do Castelo a registarem subidas acentuadas, demonstrando que a pressão já não se limita apenas às grandes metrópoles de Lisboa e Porto.