Esta perspetiva dos senhorios é crucial para desbloquear uma parte significativa do mercado privado.

De acordo com uma sondagem realizada pela Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) aos seus associados, a disponibilidade para colocar mais imóveis no mercado de arrendamento estudantil é real, mas condicionada. A principal motivação para arrendar a este segmento é a possibilidade de celebrar contratos mais curtos e flexíveis, indicada por 51% dos inquiridos.

No entanto, o maior receio, apontado por 49%, reside na possibilidade de danos no imóvel.

Para ultrapassar estas barreiras, as soluções propostas são claras: uma esmagadora maioria de 87% dos proprietários afirma que a existência de benefícios fiscais, nomeadamente em sede de IRS e IMI, seria o maior incentivo para disponibilizar os seus imóveis. Adicionalmente, 42% consideram que a criação de garantias públicas por parte do Estado contra o incumprimento contratual seria uma medida eficaz.

O presidente da ALP, Luís Menezes Leitão, sublinha que "os proprietários estão disponíveis para fazer parte da solução da crise de alojamento estudantil, mas para isso é fundamental que lhes sejam dados incentivos justos e garantias adequadas". O estudo revela ainda que quase dois terços dos senhorios (64,4%) estariam dispostos a cumprir requisitos mínimos de habitabilidade e a adotar contratos-tipo se isso lhes permitisse integrar programas institucionais com vantagens fiscais, demonstrando uma abertura para modelos de colaboração com o setor público.