A escalada dos valores, com particular incidência em certas regiões, evidencia a crescente pressão sobre o mercado e a deterioração da acessibilidade para famílias e jovens.

De acordo com o barómetro do Imovirtual, o preço médio de venda de imóveis em Portugal subiu para 426.000 euros, o que representa um crescimento mensal de 1% e uma expressiva valorização anual de 15% em comparação com agosto de 2024, quando o valor era de 369.000 euros. No mercado de arrendamento, a tendência é igualmente preocupante, com a renda média a alcançar um novo máximo de 1.300 euros. Este valor reflete uma subida de 2% em relação a julho e um aumento de 4% face ao ano anterior.

As disparidades regionais são acentuadas.

Lisboa continua a ser o distrito mais caro tanto para comprar (650.000 euros) como para arrendar (1.710 euros). O Porto segue a tendência, com os preços de venda a atingirem 425.000 euros e as rendas 1.150 euros. No entanto, o dado mais alarmante surge de Portalegre, que registou a maior subida mensal de rendas a nível nacional: um aumento de 27% num único mês, fixando o valor médio nos 700 euros, o mesmo valor de Beja. Évora, por sua vez, repetiu o valor de julho, de mil euros.

Esta dinâmica de subida generalizada, que afeta tanto as grandes metrópoles como cidades do interior, demonstra que a crise da habitação é um fenómeno nacional, dificultando o acesso a uma casa condigna em praticamente todo o território.