A gestão do património imobiliário do Estado, realizada através da Parpública, registou um aumento no volume de negócios, mas uma queda nos lucros em 2024. Segundo o Relatório e Contas da 'holding' estatal, o volume de negócios do segmento cresceu 11% para 75,6 milhões de euros, impulsionado pela sua participada Estamo, que aumentou as vendas de imóveis para 9,1 milhões de euros, um valor significativamente superior aos 0,8 milhões de 2023. Apesar do aumento nas vendas de oito ativos imobiliários, o resultado líquido da gestão de imóveis públicos caiu 18% face ao ano anterior, fixando-se em 45,5 milhões de euros.
A Parpública justifica esta quebra principalmente com a diminuição do resultado da participada Arco Ribeirinho Sul.
O valor total dos ativos imobiliários sob gestão do Estado valorizou-se 7% num ano, atingindo 1.495,5 milhões de euros, um acréscimo que reflete aumentos de capital e financiamento obtido através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Entre os projetos em curso, destaca-se a reconversão do antigo Quartel do Cabeço da Bola, em Lisboa, em habitações para arrendamento acessível, um projeto financiado com 21 milhões de euros do PRR e que se prevê estar concluído no primeiro semestre de 2026. A gestão do património público continua a ser uma área relevante para o grupo estatal, representando cerca de 13% dos seus ativos consolidados, numa altura em que o Governo pretende utilizar imóveis públicos devolutos para responder à crise habitacional.
Em resumoEm 2024, o Estado vendeu mais imóveis públicos, o que impulsionou o volume de negócios do setor. No entanto, os lucros diminuíram 18%, evidenciando desafios na rentabilidade da gestão do património, enquanto projetos de reconversão para habitação acessível, como o do Quartel do Cabeço da Bola, avançam com financiamento do PRR.