Esta subida, superior à de 2025, intensifica o debate sobre a acessibilidade da habitação no país. A proposta de atualização das rendas para o ano de 2026, baseada na estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) para a inflação de agosto, representa uma aceleração face ao coeficiente de 2,16% aplicado em 2025. Embora o valor final só seja confirmado em setembro, esta projeção já causa apreensão entre os arrendatários, que enfrentam um aumento acumulado de mais de 11% desde 2023, considerando a subida de 6,94% em 2024. Para uma renda de 500 euros, o aumento poderá traduzir-se em mais 11,25 euros por mês, um encargo significativo para orçamentos familiares já pressionados. A Associação de Inquilinos Lisbonenses alerta que esta subida contínua antecipa uma "degradação da vida dos arrendatários", num mercado onde os preços já subiram, em média, 5,12% em termos homólogos em julho.
A atualização, prevista no Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), é facultativa para os senhorios, mas a tendência de mercado sugere uma aplicação generalizada.
Após a publicação do coeficiente em Diário da República, até 30 de outubro, os proprietários deverão comunicar o aumento aos inquilinos com 30 dias de antecedência.
Esta medida, que visa proteger o valor dos contratos face à inflação, torna-se mais um fator de instabilidade para as famílias que dependem do mercado de arrendamento, evidenciando a tensão entre a proteção dos senhorios e a capacidade financeira dos inquilinos.













