A medida tem registado uma adesão significativa, cobrindo já quase metade dos novos contratos de crédito jovem, mas surge num contexto de preços imobiliários em constante subida.
O regime, destinado a jovens até 35 anos para a aquisição da primeira casa, visa eliminar a barreira do valor de entrada, tradicionalmente um dos maiores obstáculos. O Estado atua como fiador, cobrindo até 15% do valor da transação para imóveis até 450 mil euros. Os dados do Banco de Portugal revelam o sucesso da iniciativa: só em julho, foram celebrados 2,4 mil contratos ao abrigo deste regime, totalizando 475 milhões de euros, o que representou 46,8% do montante total contratado por jovens. No acumulado dos primeiros sete meses de 2025, o programa já apoiou 13,2 mil contratos, num valor de 2,5 mil milhões de euros. Até ao final de julho, já tinham sido utilizados 32,1% (348 milhões de euros) do montante total da garantia disponibilizada pelo Estado.
Contudo, este estímulo à procura ocorre num período de forte valorização imobiliária. O Instituto Nacional de Estatística (INE) reportou um crescimento de 16,3% no Índice de Preços da Habitação no primeiro trimestre e uma avaliação bancária média recorde de 1.945 euros por metro quadrado em julho, um aumento homólogo de 18,7%.
Este cenário levanta questões sobre se a medida, ao facilitar o acesso ao crédito, não estará a contribuir indiretamente para a contínua subida dos preços, tornando o mercado ainda mais inacessível a longo prazo.













