Esta situação força milhares de jovens e as suas famílias a procurar soluções no dispendioso mercado de arrendamento privado, comprometendo a igualdade no acesso à educação.
A pouca oferta de camas em residências universitárias é um problema estrutural que se agrava a cada novo ano letivo. Em Leiria, por exemplo, o Politécnico dispõe de apenas 127 camas para novos estudantes devido a obras de remodelação, um número manifestamente insuficiente para a procura. A Universidade Nova de Lisboa, confrontada com a mesma realidade, lançou um projeto-piloto, a "Rede 1/4", para tentar encontrar soluções.
O Governo tem procurado mitigar o problema, dando prioridade a estudantes bolseiros deslocados no acesso às residências públicas, onde o custo ronda os 90 euros mensais, e oferecendo um complemento de alojamento para quem não consegue vaga.
No entanto, este apoio muitas vezes não cobre os elevados preços do mercado privado.
A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) realizou uma sondagem que revela que os senhorios estão dispostos a arrendar mais a estudantes, mas exigem incentivos fiscais em IRS e IMI (87% dos inquiridos) e garantias públicas contra incumprimentos ou danos (42%). Esta perspetiva evidencia a necessidade de políticas que articulem a oferta privada com as necessidades dos estudantes, criando um ambiente de maior confiança e segurança para ambas as partes.













