O mercado de crédito à habitação em Portugal apresenta um cenário de contrastes, com o stock total de empréstimos a crescer ao ritmo mais elevado desde agosto de 2008, enquanto as taxas de juro para novas operações recuam para mínimos de quase três anos. Estes dados do Banco de Portugal refletem uma forte procura por habitação, apesar da conjuntura económica, e uma adaptação das condições de financiamento por parte da banca. Em julho, o stock de empréstimos para habitação aumentou 8,1% em termos homólogos, atingindo 106,3 mil milhões de euros. Este crescimento foi impulsionado por um volume recorde de novos contratos, que totalizaram 3,03 mil milhões de euros, com os jovens até 35 anos a representarem 59% dos novos créditos para habitação própria permanente.
Em contrapartida, a taxa de juro média para novas operações, incluindo renegociações, desceu pelo sexto mês consecutivo, fixando-se em 2,88%, o valor mais baixo desde novembro de 2022.
A preferência dos consumidores recaiu sobre a taxa mista, que representou 70% dos novos contratos.
Simultaneamente, as renegociações de crédito caíram para 346 milhões de euros, o que sugere que menos famílias estão a procurar alterar as condições dos seus empréstimos existentes, possivelmente devido à estabilização das taxas de juro ou à contração de novos créditos em condições mais favoráveis.
Em resumoO stock de crédito à habitação cresceu ao ritmo mais rápido em 17 anos, atingindo 106,3 mil milhões de euros em julho. Paradoxalmente, a taxa de juro para novos contratos desceu para um mínimo de quase três anos (2,88%), refletindo uma forte procura e uma adaptação da oferta da banca.