O distrito de Beja destaca-se como o que registou a maior valorização anual, com uma subida de 32%, elevando o preço médio para 197.000 euros. Esta tendência de subida generalizada é corroborada pela perceção de vários intervenientes políticos locais, como o candidato da CDU à Câmara de Arcos de Valdevez, Ricardo Coelho, que descreve os preços de compra e arrendamento como “completamente exorbitantes”. A dificuldade de acesso à habitação, especialmente para os jovens, tornou-se um tema central no debate político, com diversas candidaturas autárquicas a focarem-se na necessidade de criar “habitação jovem e acessível”. Este cenário de inflação galopante alimenta um paradoxo no mercado: enquanto a aquisição de casa se torna um desafio para os cidadãos, o setor imobiliário floresce. O aumento dos preços impulsiona a rentabilidade dos fundos de investimento imobiliário, cujo valor sob gestão cresceu 23% num ano, e estimula a criação de novas empresas nos setores da construção e atividades imobiliárias, que viram um aumento de 11% e 21%, respetivamente, na sua constituição.