A situação é particularmente grave nos principais centros urbanos, como Lisboa e Porto, onde os custos de um quarto podem representar uma barreira intransponível para muitas famílias.

Os artigos fornecidos pintam um quadro preocupante da realidade enfrentada pelos estudantes deslocados.

Em Lisboa, o custo médio de um quarto varia entre 427 euros na Ajuda e 600 euros nas Avenidas Novas, valores que, segundo a Associação Académica da Universidade de Lisboa, contribuem para a diminuição do número de candidaturas e de colocados no ensino superior. A situação no Porto não é diferente, com a Federação Académica do Porto (FAP) a denunciar a escassez de oferta pública e os preços elevados, que rondam os 500 euros.

A FAP alerta que a crise habitacional “está a fazer do ensino superior um reprodutor das desigualdades em vez de um elevador social”.

Esta perceção é agravada pelo incumprimento das promessas governamentais: das 18 mil camas prometidas pelo Estado até 2026, apenas 2.400 foram disponibilizadas.

A quebra histórica no número de candidatos à segunda fase do concurso nacional de acesso, com menos 2.696 inscritos do que no ano anterior, é vista como um reflexo direto desta “dura realidade”.

Em contraste, surge o exemplo da nova residência universitária em Beja, com capacidade para 503 estudantes e rendas entre 100 e 120 euros, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), demonstrando que as políticas públicas podem, quando executadas, gerar um impacto positivo e mitigar a crise.