A discussão surge num contexto de elevada procura e capacidade limitada, como se verifica em Coimbra, onde as residências estão perto da lotação máxima. Durante a inauguração de uma nova residência da Federação Académica do Porto (FAP), o ministro defendeu que as residências devem ser vistas como "espaços de integração" para promover a mobilidade social e combater uma "visão quase do século XIX" que as associa apenas a "estudantes pobres". Fernando Alexandre sublinhou que um estudante deslocado enfrenta desafios que vão além dos económicos e que as instituições têm a obrigação de criar estruturas de acolhimento.

Esta visão contrasta com a realidade da oferta pública, que se revela insuficiente.

Em Coimbra, por exemplo, as 999 camas geridas pela universidade estão praticamente lotadas.

No Porto, a nova residência da FAP, financiada com receitas da Queima das Fitas, disponibilizará apenas 24 camas para bolseiros, num contexto em que o custo médio de um quarto na cidade ronda os 400 euros.

A situação é agravada pela lenta execução do Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior (PNAES), que, a pouco mais de um ano do fim do prazo do PRR, apresenta uma taxa de execução de apenas 13%.