Este enfoque reflete a crescente angústia dos eleitores, que identificam a habitação como uma das suas maiores preocupações, especialmente nos grandes centros urbanos.

De norte a sul do país, as promessas eleitorais multiplicam-se. Em Viana do Castelo, o candidato socialista Luís Nobre definiu a habitação como “prioridade absoluta”, prometendo a construção de mais de 800 casas a custos controlados até 2029. Em Ponte de Lima, a candidata do PS, Soraia Pires, destacou a necessidade de “parcerias para arrendamento jovem e famílias carenciadas”.

No Porto, o candidato socialista Manuel Pizarro comprometeu-se a integrar a cidade na Aliança das Câmaras pela Habitação.

As propostas não se limitam aos grandes partidos; em Famalicão, o Chega apresentou um plano para habitação acessível, enquanto a CDU, em concelhos como Carregal do Sal e Penalva do Castelo, também elegeu a habitação como uma das suas bandeiras.

Um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos corrobora esta tendência, indicando que a habitação e a segurança são as principais preocupações dos munícipes.

Esta proeminência do tema nas campanhas locais demonstra um reconhecimento de que a crise necessita de respostas de proximidade, perante a perceção de uma ação insuficiente por parte do poder central.