Para muitos estudantes, a principal barreira já não é o valor da propina, mas sim a incapacidade de suportar os preços exorbitantes do alojamento, especialmente nas grandes cidades universitárias, o que leva muitos jovens a desistirem de prosseguir os estudos. A situação é particularmente grave para os estudantes deslocados, que necessitam de arrendar um quarto ou um apartamento longe da sua residência familiar. A falta de camas em residências públicas é um problema crónico, com um défice estimado em mais de 50.000 camas a nível nacional.
Esta carência empurra os estudantes para o mercado de arrendamento privado, onde os preços dispararam. A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) reconhece a gravidade do problema e propõe, como medida para o Orçamento do Estado de 2026, a isenção total de IRS sobre os rendimentos prediais resultantes do arrendamento a estudantes, abrangendo não só imóveis inteiros, mas também quartos.
O objetivo é incentivar os proprietários a colocarem mais alojamentos no mercado estudantil.
A legislação fiscal já prevê alguns apoios, como a dedução de rendas para estudantes deslocados e uma majoração nas despesas de educação para quem estuda no interior ou nas ilhas, mas estas medidas parecem insuficientes para mitigar uma crise que ameaça a igualdade de oportunidades no acesso à educação superior.














