Muitas famílias sentem-se “encurraladas”, sem capacidade para pagar as suas dívidas, que frequentemente incluem o crédito à habitação.
A situação é agravada por um sistema que, segundo a associação de defesa do consumidor DECO, deixou os devedores desprotegidos durante anos. A venda de carteiras de crédito malparado por parte dos bancos a entidades não supervisionadas retirou a muitos consumidores o direito de renegociar as suas dívidas ou de retomar os pagamentos, culminando em processos executivos e na perda de bens, incluindo a habitação. Um caso paradigmático é o de uma cliente do BPI que, apesar de ter ganho uma batalha legal no Supremo Tribunal de Justiça, que considerou a venda do seu crédito uma “fraude à lei”, continua a lutar para não perder a sua casa.
Estes casos revelam a face mais dura da crise económica e habitacional, onde a instabilidade financeira pode rapidamente levar à perda do bem mais essencial para uma família.














