Esta tendência reflete a crescente pressão da crise habitacional sobre as comunidades locais e a perceção de que as autarquias devem ter um papel ativo na solução.

Em Viana do Castelo, o candidato do PS, Luís Nobre, comprometeu-se a promover a construção de mais de 800 casas a custos controlados até 2029, destinadas à classe média, sendo 500 de iniciativa municipal e as restantes em parceria com cooperativas. Em Braga, o tema é consensual entre os dez candidatos, embora as soluções divirjam: enquanto o PS/PAN propõe 500 habitações para arrendamento público e a CDU defende a construção de mil fogos, a coligação PSD/CDS/PPM aposta na revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) para aumentar a área construtiva. Já em Aveiro, o Bloco de Esquerda propõe a criação de um parque habitacional público para arrendamento à classe média. Em Porto de Mós, o candidato do PSD, Jorge Vala, anunciou um projeto para disponibilizar habitação "ao preço que nos custa", visando a classe média baixa.

Estas propostas demonstram um reconhecimento generalizado de que a resposta à crise habitacional passa por uma intervenção direta dos municípios na promoção de nova oferta, seja através de construção própria, parcerias ou incentivos urbanísticos.