Este debate reflete a crescente pressão social sobre um problema que domina as preocupações dos eleitores.
A centralidade do tema da habitação nas campanhas autárquicas de 2025 evidencia a sua urgência e o seu impacto transversal na vida dos cidadãos. Em vários dos principais concelhos do país, desde o Porto a Aveiro e Sintra, a falta de casas a preços comportáveis tornou-se o principal campo de batalha político. No Porto, a promessa do candidato socialista Manuel Pizarro de construir “cinco mil casas a preços acessíveis” foi imediatamente contestada pelo seu adversário da coligação PSD/IL/CDS-PP, Pedro Duarte, que questionou a viabilidade financeira e logística do projeto, enquanto a candidata da CDU, Diana Ferreira, defendeu a necessidade de rendas “efetivamente acessíveis”, considerando os preços atuais “inaceitáveis”. Em Aveiro, o tema dominou de tal forma o debate entre os candidatos que os problemas da habitação foram o eixo central da discussão. Em Sintra, a situação é similar, com múltiplos candidatos, de diferentes espectros políticos, a identificarem a falta de habitação como uma falha crítica da gestão autárquica e a proporem soluções que vão desde a construção de mais habitação pública a parcerias com cooperativas. A recorrência do tema demonstra que a crise deixou de ser um problema exclusivo das grandes metrópoles, alastrando-se a municípios de média dimensão como Borba, onde o candidato do PS aponta para uma insuficiência de oferta. As propostas variam, mas convergem na necessidade de uma intervenção pública mais robusta para corrigir as falhas de um mercado que, por si só, não consegue dar resposta às necessidades da classe média e dos jovens.














