Esta tendência agrava a crise de acessibilidade, tornando a habitação a principal preocupação financeira e um fator de ansiedade para muitos portugueses, especialmente os mais jovens.

O aumento contínuo das rendas transformou o acesso à habitação num dos maiores desafios sociais e económicos do país.

O valor mediano nacional atingiu os 8,22 euros por metro quadrado no primeiro trimestre de 2025, mas esta média esconde realidades muito mais gravosas. Em Lisboa, o valor dispara para quase o dobro, fixando-se nos 16 euros por metro quadrado, o que significa que uma casa de 80 m² pode ter uma renda mediana de 1.280 euros. Esta pressão sobre os preços não se limita à capital, estendendo-se a outras áreas urbanas como o Porto, onde um quarto para estudante pode custar até 500 euros.

A situação é de tal forma insustentável que, segundo um inquérito da Deloitte, o custo de vida é a principal preocupação para a Geração Z e os Millennials, levando muitos a adiar ou a abandonar o ensino superior por incapacidade de suportar os custos de alojamento. A crise de acessibilidade tem alimentado o debate político, com forças como o Bloco de Esquerda a defenderem a aplicação de “tetos máximos às rendas” como medida de emergência para travar a especulação e garantir que os salários conseguem acompanhar o custo da habitação.