O contraste entre a oferta imobiliária para turistas e para residentes é cada vez mais acentuado. Por um lado, grandes cadeias internacionais como a Marriott preparam-se para inaugurar 71 novas unidades de luxo para estadias prolongadas em Lisboa, com diárias que podem atingir os 350 euros. O grupo Vila Galé anunciou um plano de expansão com cinco novos hotéis em Portugal até 2027, e outros projetos, como um novo hotel Moov em Matosinhos e a transformação da histórica Fábrica do Inglês em Silves num hotel de charme, seguem a mesma tendência.
Por outro lado, a população local enfrenta uma oferta de arrendamento cada vez mais escassa e cara.
Esta dinâmica é criticada por forças políticas como o Bloco de Esquerda, que defendem a necessidade de “regulação do turismo” para travar o seu impacto no mercado habitacional. O foco do investimento no setor turístico consome recursos valiosos — como terrenos, capacidade de construção e capital — que poderiam ser canalizados para a habitação permanente.
Além disso, contribui para a pressão sobre os preços no centro das cidades, tornando-os inacessíveis para quem neles vive e trabalha.














