Para além dos preços proibitivos, os inquilinos em Portugal enfrentam uma série de outros desafios, desde a exigência de múltiplas rendas adiantadas e cauções à dificuldade em encontrar senhorios que aceitem animais de estimação. Estas práticas, aliadas à precariedade dos contratos, compõem um cenário de grande vulnerabilidade para quem procura arrendar casa. O processo de arrendar uma casa em Portugal está repleto de obstáculos que vão muito além do valor da renda. É comum os senhorios exigirem garantias financeiras avultadas, como o pagamento de duas rendas de caução e duas rendas adiantadas, um encargo inicial que pode ser incomportável para muitas famílias. Embora a lei limite estas exigências a um máximo de duas rendas para cada finalidade, a escassez de oferta confere aos proprietários um poder negocial desproporcionado.
Outro desafio significativo é a informalidade.
Muitos arrendamentos ainda são feitos sem contrato escrito, o que impede os inquilinos de deduzir as despesas com rendas no IRS, perdendo um benefício fiscal que pode chegar aos 700 euros anuais.
A instabilidade é outra constante, pois mesmo com contrato, a oposição à renovação por parte do senhorio é uma ameaça permanente.
A isto soma-se a dificuldade acrescida para quem tem animais de estimação, uma vez que muitos proprietários proíbem a sua presença, limitando ainda mais um mercado já de si restrito. Estes fatores, em conjunto, criam um ambiente de grande precariedade e insegurança para os arrendatários.
Em resumoO mercado de arrendamento em Portugal caracteriza-se por uma vulnerabilidade que transcende os preços elevados, marcada por exigências financeiras excessivas, informalidade e cláusulas restritivas, o que evidencia a necessidade de maior proteção e regulação para os inquilinos.