Esta convergência programática revela a profunda urgência do problema no quotidiano dos cidadãos, transformando a habitação num campo de batalha eleitoral decisivo em múltiplos concelhos do país.

De Viseu a Aveiro, passando por Borba e pelos grandes centros urbanos como Porto e Braga, a habitação surge como uma das principais áreas de intervenção nos programas eleitorais de partidos tão distintos como o PS, PSD, CDU e Livre. As promessas variam na sua abordagem, mas convergem no diagnóstico da necessidade de uma intervenção urgente. Enquanto candidatos socialistas e social-democratas em municípios como Faro e Albufeira se comprometem com a construção de milhares de novas casas, a CDU, através de figuras como a candidata à Assembleia Municipal de Braga, Sandra Cardoso, foca-se na “exigência de construção de mais habitação pública”. Esta diversidade de soluções reflete as diferentes matrizes ideológicas, mas a presença do tema em todos os discursos demonstra que nenhum candidato pode ignorar a pressão social por moradas acessíveis. Em Aveiro, o problema é tão premente que todos os candidatos o elegeram como prioritário, e em Viseu, a candidatura do PSD liderada por Fernando Ruas assenta o seu programa em 14 áreas, sendo a habitação uma delas. Esta unanimidade em torno da importância do tema sublinha a sua transformação de uma questão setorial para uma preocupação cívica generalizada, cuja resolução é agora vista como uma responsabilidade fundamental do poder local.