A responsabilidade do Estado na atual crise de habitação é um tema de intenso debate, com vozes da oposição e da sociedade civil a acusarem o Governo de inação e de promover políticas que agravaram o problema. As críticas apontam para bloqueios institucionais e uma alegada negação da gravidade da situação, alimentando a discussão sobre a necessidade de uma mudança de rumo nas políticas públicas. Um artigo de opinião classifica o Estado como o “arquiteto do caos”, atribuindo a crise a “bloqueios institucionais, fiscais e jurídicos que dificultam tanto a construção de habitação como o funcionamento saudável do mercado”.
Esta visão é partilhada por forças políticas da oposição.
O Bloco de Esquerda, através do seu dirigente Fabian Figueiredo, acusa o Orçamento do Estado do atual governo de ter sido “responsável por aprofundar a crise da habitação”, afirmando que o executivo “continua em negação” e ignora recomendações europeias, como a aplicação de tetos máximos às rendas. Por sua vez, o partido Livre, pela voz de Rui Tavares, argumenta que a solução não passa apenas por resolver o problema da habitação, mas por “construir cidade”, sugerindo que as políticas atuais são demasiado redutoras e carecem de uma visão urbana integrada. Estas críticas confluem na ideia de que a crise não é apenas um produto das forças de mercado, mas também o resultado de uma falha estrutural na governação, que não conseguiu antecipar nem mitigar os seus efeitos, gerando um descontentamento que agora se reflete no debate político.
Em resumoO papel do governo na crise da habitação está sob intenso escrutínio, com críticos da oposição política (BE, Livre) e artigos de opinião a acusá-lo de agravar o problema através de bloqueios institucionais e negação. Estas críticas apelam a uma mudança fundamental na política de Estado, passando da simples construção para uma estratégia urbana mais integrada.