O antigo primeiro-ministro português alertou que a crise habitacional é um fator que alimenta o populismo e ameaça a coesão social e a sustentabilidade das democracias no continente. Durante a sua intervenção, ao lado do primeiro-ministro Luís Montenegro, António Costa sublinhou que a dificuldade no acesso à habitação afeta particularmente as novas gerações, que veem frustradas as suas perspetivas de futuro e de construção de vida. “Nada mais alimenta o populismo que a sensação de abandono, a falta de perspetiva de futuro que as novas gerações encontram desde logo quando procuram a primeira habitação”, afirmou.

A sua análise posiciona a crise habitacional não apenas como um problema económico ou social, mas como uma questão central para a estabilidade política da União Europeia.

Reconhecendo a gravidade da situação, Costa revelou que o tema será alvo de um debate dedicado na próxima reunião formal do Conselho Europeu, em outubro, e que a Comissão Europeia já tem um comissário com esta responsabilidade. Ao trazer o tema para a agenda europeia, Costa sinaliza a necessidade de uma abordagem coordenada e de políticas concertadas a nível comunitário para enfrentar um problema que, segundo ele, está na “primeira linha das preocupações” de todos os governos europeus.