Na sua intervenção, Catarina Martins estabeleceu uma ligação direta entre as políticas de habitação e a sustentabilidade ambiental, alertando para os perigos de um modelo de desenvolvimento assente na expansão urbana.

Num “território como o português ou como o europeu, fortemente urbanizado, com muitos solos impermeabilizados”, o aumento da construção distancia as pessoas dos locais de trabalho e serviços, aumentando a pegada carbónica. Para além da quantidade, a candidata destacou a importância da qualidade, afirmando que “é preciso ter um teto com eficiência energética, tanto para diminuir o consumo da energia, que é fundamental a qualquer transição climática justa, como também para garantir a qualidade de vida”. Martins salientou também a dimensão de género da crise, afirmando que são as mulheres que “mais sofrem”, sendo a elas que dizem “que vão perder o filho, porque não têm um teto”.

A sua análise propõe uma reorientação das políticas públicas, defendendo soluções baseadas na natureza e no conhecimento das comunidades, em detrimento de um modelo puramente construtivo que considera insustentável e socialmente injusto.