Em resposta, surgem novas residências privadas e o Governo promete um reforço da oferta pública, embora a procura continue a superar largamente as vagas disponíveis.

O início do ano letivo evidencia a dimensão da crise, com a Federação Académica do Porto a inaugurar a residência “Academia 24 do Marquês” para 24 estudantes deslocados, descrevendo a falta de alojamento como o “principal problema” do ensino superior.

Esta iniciativa privada procura mitigar uma carência que afeta milhares de jovens em todo o país.

A situação é particularmente crítica em Lisboa, onde os preços dos quartos atingem valores incomportáveis para muitas famílias.

Consciente do problema, o Governo anunciou, através do ministro Fernando Alexandre, a previsão de criar 90 novas residências universitárias até 2026.

Esta meta insere-se num esforço mais vasto para aumentar o número de camas na rede pública, que se revela manifestamente insuficiente para a crescente população estudantil, incluindo um número cada vez maior de estudantes internacionais. A escassez de oferta pública empurra os estudantes para o mercado de arrendamento privado, onde os preços elevados e a concorrência com outros segmentos, como o turismo, dificultam ainda mais o acesso a uma habitação digna e a custos comportáveis, comprometendo a equidade no acesso à educação superior.