A habitação surge como um pilar central e urgente para fixar populações e reverter o declínio territorial.

Especialistas em Demografia e Geografia alertam para um "país a duas velocidades", onde as políticas públicas implementadas até agora se têm revelado ineficazes por serem fragmentadas.

Medidas isoladas, como a abertura de vagas para médicos ou a redução do IMI, não produzem resultados sustentáveis.

A habitação é identificada como uma das prioridades críticas, com o sociólogo Paulo Machado a alertar que "ninguém pensa fazer habitação em territórios demograficamente deprimidos, quando é o contrário do que se devia fazer".

A falta de habitação de qualidade e a preços acessíveis é um dos fatores que repelem tanto os atuais residentes como potenciais novos habitantes, incluindo imigrantes. A solução, defendem os investigadores, passa por uma abordagem integrada que melhore a qualidade de vida de forma global, combinando habitação com o reforço de serviços como creches, escolas, transportes e apoios às empresas.

Além disso, é sublinhada a necessidade de reforçar as competências das comunidades intermunicipais, permitindo-lhes elaborar projetos e candidaturas a financiamentos a uma escala que ultrapasse a dimensão municipal.

Esta abordagem intermunicipal é vista como a única forma de dar escala às regiões e partilhar recursos de forma eficiente, combatendo o despovoamento de forma estrutural.