De acordo com dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho de 2025, o endividamento total do setor não financeiro, que agrega administrações públicas, empresas e particulares, aumentou 1,2 mil milhões de euros num único mês, para um total de 848,2 mil milhões de euros. O crescimento mais significativo verificou-se no setor dos particulares, cuja dívida aumentou 1,1 mil milhões de euros em julho, atribuídos maioritariamente ao crédito à habitação.

Este aumento resultou numa taxa de variação anual de 7,2% (7,34% noutro artigo), o valor mais elevado desde o início da série estatística e que representa uma aceleração face aos 6,9% de junho. O BdP assinala que esta taxa tem vindo a subir de forma consistente desde o final de 2023, indicando uma crescente dependência do crédito por parte das famílias para aceder ao mercado imobiliário.

Em termos de valores absolutos, o endividamento dos particulares atingiu os 167,3 mil milhões de euros. Em contrapartida, o endividamento das empresas privadas diminuiu em cerca de 900 milhões de euros no mesmo mês.

Esta dinâmica evidencia a pressão financeira sobre as famílias, que recorrem cada vez mais ao financiamento bancário para conseguir comprar casa, num contexto de preços recorde e oferta escassa.