A aquisição de habitações em Portugal por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro registou uma quebra homóloga de 14,5% no segundo trimestre de 2025, totalizando 2.107 transações. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), este valor representa apenas 4,9% do total de casas vendidas no país, o peso relativo mais baixo desde o segundo trimestre de 2021. Esta tendência de arrefecimento marca o quarto trimestre consecutivo de descida do peso dos compradores estrangeiros no mercado imobiliário nacional, um movimento que coincide com alterações legislativas como o fim dos vistos gold para investimento imobiliário.
A quebra foi mais acentuada entre os compradores de países fora da União Europeia, cujas aquisições recuaram 18,6%, totalizando 995 transações.
Já as compras por cidadãos com residência fiscal na UE diminuíram 10,5%, para 1.112 transações. Em sentido inverso, as aquisições por parte de compradores com domicílio fiscal em Portugal aumentaram significativamente, registando um crescimento de 17,7% em termos homólogos, com um total de 40.782 transações. Esta inversão de tendências sugere uma reconfiguração do mercado imobiliário, com um reforço da procura interna a compensar a retração do investimento estrangeiro, num período de contínua subida de preços e escassez de oferta.
Em resumoO investimento estrangeiro no imobiliário português está em clara retração, com uma queda de 14,5% nas compras no segundo trimestre de 2025, atingindo o peso mais baixo em quatro anos. Em contrapartida, a procura por parte de residentes em Portugal aumentou de forma expressiva, sinalizando uma mudança no perfil do comprador.