Este fenómeno, revelado por dados do Eurostat para 2024, espelha as crescentes dificuldades de acesso a uma habitação condigna e acessível.
Os dados do gabinete de estatísticas da UE colocam Portugal como o sétimo país onde a emancipação ocorre mais tarde, muito acima da média europeia de 26,2 anos e em forte contraste com países como a Finlândia (21,4 anos). O relatório atribui diretamente este adiamento à crise habitacional, sublinhando que "numa altura em que os custos da habitação estão constantemente em debate público, os dados mostram que os jovens são um pouco mais afetados por esses custos”. Em Portugal, a taxa de sobrecarga dos custos da habitação para os jovens (15-29 anos) atinge os 8,4%, valor superior à média da população total (6,9%), o que evidencia a pressão financeira desproporcional que enfrentam.
A situação é agravada por múltiplos fatores identificados nos artigos, como a "pouca oferta" de imóveis, a especulação imobiliária e a pressão do turismo, especialmente nos grandes centros urbanos como Lisboa e Porto.
Perante este cenário, as respostas políticas têm-se revelado insuficientes.
Embora se mencionem medidas governamentais como o apoio à compra de casa e o aumento da oferta de habitação pública, os dados indicam que estas não foram capazes de inverter a tendência.
A Comissão Europeia reconhece os desafios e planeia apresentar propostas para habitação a preços acessíveis, mas, para já, a realidade no terreno continua a ser de grande dificuldade para uma geração que vê a sua autonomia adiada por constrangimentos económicos e estruturais no mercado imobiliário.













