Os preços da habitação em Portugal atingiram um novo máximo histórico no segundo trimestre de 2025, registando um aumento homólogo de 17,2%. Este valor, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), representa a subida mais acentuada em cinco anos e confirma uma perigosa escalada de preços que agrava a crise de acessibilidade. A análise detalhada do Índice de Preços da Habitação (IPHab) revela que a subida foi mais pronunciada nas casas existentes (18,3%) do que nas habitações novas (14,5%). O dinamismo do mercado não se refletiu apenas nos preços; o número de transações também cresceu, totalizando 42.889 habitações vendidas (+15,5% em termos homólogos), com um valor global que ultrapassou os 10,2 mil milhões de euros, um aumento de 30,4%.
Este cenário é descrito como "o culminar de 15 anos completamente insuportáveis para as famílias".
A subida de preços tem gerado um intenso debate sobre a eficácia das políticas governamentais.
Críticos, como o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, responsabilizam diretamente as opções do Governo, que favorecem o "negócio da banca e dos fundos imobiliários".
Outras análises sugerem que medidas de apoio à procura, como a isenção de IMT para jovens, podem ter contribuído para inflacionar ainda mais os preços, ao não serem acompanhadas por um aumento correspondente da oferta.
A situação coloca uma enorme pressão sobre as famílias, que, apesar dos custos recorde, continuaram a ser as principais compradoras, representando 87,9% das transações.