Como parte da sua estratégia para conter a escalada de preços no mercado imobiliário, o Governo anunciou o agravamento do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) para cidadãos não residentes que adquiram habitação em Portugal. A medida, que faz parte do pacote "Construir Portugal", visa desincentivar a procura por parte de investidores estrangeiros, que tem sido apontada como um dos fatores de pressão sobre os preços. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, esclareceu que esta alteração fiscal exclui explicitamente os emigrantes portugueses, protegendo assim a diáspora que pretende investir no seu país de origem.
A decisão sinaliza uma tentativa de dar prioridade aos residentes no acesso à habitação, numa altura em que a procura externa, tanto para residência como para investimento, contribuiu para a inflação dos valores imobiliários, especialmente nos grandes centros urbanos e no Algarve.
Esta medida de restrição à procura externa é complementada por outras de incentivo ao arrendamento de longa duração. Em simultâneo, o Governo anunciou a isenção do Adicional ao IMI (AIMI) para proprietários que coloquem os seus imóveis no mercado de arrendamento a "rendas moderadas", definidas até 2.300 euros.
A combinação destas políticas sugere uma abordagem multifacetada, procurando, por um lado, arrefecer a procura especulativa e, por outro, aumentar a oferta disponível para os residentes através de benefícios fiscais.
Em resumoO agravamento do IMT para não residentes é uma medida direta para moderar a procura externa no mercado imobiliário português. Ao isentar os emigrantes, o Governo foca a medida no investimento puramente estrangeiro, embora o seu impacto real na dinâmica de preços permaneça uma incógnita.