A escalada dos custos é corroborada por dados internacionais, que indicam que Portugal foi um dos países da OCDE onde os custos com a habitação mais subiram no segundo trimestre do ano, com um aumento superior a 17%.

Esta crise de acessibilidade tem consequências sociais profundas, nomeadamente na emancipação dos jovens. Um estudo do Eurostat revela que os jovens portugueses saem de casa dos pais, em média, perto dos 29 anos, sendo Portugal o país da OCDE com o acesso mais difícil à habitação para esta faixa etária.

A situação é tão severa que, segundo a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, existem “famílias que, neste momento, trabalham e não conseguem pagar casa. E que, inclusivamente, se encontram em situação de sem abrigo”. A crise é visível no terreno, como demonstrou o confronto de uma cidadã com o Primeiro-Ministro, queixando-se de não ter apoio para pagar uma renda de 520 euros e afirmando: “Não tenho 2.000 euros para arrendar uma casa”.