O Governo português aprovou um novo e ambicioso pacote de medidas para a habitação, descrito pelo Primeiro-Ministro Luís Montenegro como uma "política de choque" destinada a dinamizar os mercados de construção e arrendamento. A iniciativa, que conta com o apoio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que a considerou uma necessária "intervenção de choque", assenta em fortes incentivos fiscais para estimular a oferta privada, com o ministro Miguel Pinto Luz a afirmar que o objetivo é "abanar o mercado". Entre as medidas centrais está a redução da taxa de IVA para 6% na construção de habitações, aplicável a imóveis para venda com um preço máximo de 648 mil euros ou para arrendamento com rendas até 2.300 euros.
Este regime fiscal vigorará temporariamente até 2029.
O pacote substitui o anterior conceito de "arrendamento acessível" pelo de "arrendamento moderado", baixando a taxa de IRS cobrada aos senhorios de 25% para 10% nos contratos que se enquadrem neste novo regime, que exige uma duração mínima de três anos. O Governo acredita que estas alterações poderão trazer para o mercado cerca de 45 mil casas. Adicionalmente, o plano contempla a isenção de mais-valias na venda de um imóvel caso o valor seja reinvestido noutro para arrendamento moderado e um agravamento do IMT na aquisição de imóveis por não residentes, com exceção para emigrantes. O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, sublinhou que se trata de uma "iniciativa de política de choque" que visa responder a uma crise que, segundo um editorial, viu o índice de preços da habitação saltar 17,2% no segundo trimestre.
Em resumoO novo pacote governamental para a habitação foca-se em estímulos fiscais do lado da oferta, como a redução do IVA e do IRS, para aumentar o número de casas disponíveis. A estratégia, apelidada de "política de choque", visa uma intervenção robusta no mercado, embora a sua eficácia e os seus tetos de valor tenham gerado intenso debate político.