O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou o seu apoio inequívoco ao novo pacote de medidas para a habitação, classificando-o como uma "intervenção de choque" necessária para responder a uma "situação de choque". Em declarações aos jornalistas, o Chefe de Estado elogiou a abordagem do Governo por apresentar um "pacote muito amplo e muito forte", considerando preferível "jogar claro e forte" em vez de avançar com medidas avulsas. Marcelo Rebelo de Sousa destacou positivamente a captação de fundos do Banco Europeu de Investimento (BEI), considerando-a uma "conquista do Governo" que permitirá a construção de um número significativo de casas. Sobre a polémica em torno do valor máximo de 2.300 euros para a "renda moderada", o Presidente desdramatizou, afirmando que caberá "às pessoas, às famílias, aos mercados" reagir e decidir sobre a razoabilidade do valor.
Na sua perspetiva, numa crise desta dimensão, é preferível arriscar com um conjunto abrangente de medidas, mesmo que algumas não tenham o sucesso esperado, do que optar por "choquezinhos" de eficácia limitada.
O apoio presidencial surge num momento de forte contestação por parte da oposição, conferindo ao Governo um importante respaldo institucional para uma das suas mais controversas iniciativas políticas.
Em resumoO apoio do Presidente da República confere uma importante legitimação política ao pacote de habitação do Governo. Ao classificá-lo como uma "intervenção de choque" adequada à gravidade da crise, Marcelo Rebelo de Sousa valida a estratégia do executivo e desvaloriza as críticas sobre os detalhes mais polémicos, como o teto das rendas.